Brasil: Real em queda livre e futuro incerto

Brasil: Real brasileiro em queda livre e futuro incerto

Brasil Economia

Fatores combinados com aumento da dívida pública, gastos desenfreado, interferência no setor privado e os aumentos de impostos e tentativas de interferência no Banco Central, são alguns dos aspectos econômicos que podem explicar a desvalorização do real brasileiro em relação a outras moedas estrangeiras.

O real brasileiro, que já foi considerado uma das moedas mais fortes de mercados emergentes, enfrenta um momento turbulento, com sucessivas desvalorizações e um futuro incerto. A situação tem chamado a atenção de economistas renomados, como Robin-brooks, ex-economista-chefe do institute of International Finance (IFF), que vem expressando grande preocupação com o desempenho da moeda nacional.

Brooks, que já havia defendido um valor justo do dólar frente ao real em R$ 4,50, chegou a comparar o Brasil com a “Suíça dos trópicos” devido ao seu potencial econômico. Entretanto, a recente trajetória da moeda brasileira o levou a mudar de tom, apontando para uma série de fatores que, em sua visão, contribuem para a desvalorização do real e para o afastamento do país do grupo de destaque entre as economias emergentes, principalmente devido a incerteza política e econômica no Brasil afetaram a confiança dos investidores, levando à desvalorização do real.

Real em queda livre: uma realidade preocupante

Gráfico apresentado por Robin Brooks em 2021- Foto: Reprodução. Leia também: Custo Brasil: taxas bancárias elevadas engrossam a conta do empreendedor e quem paga a conta é você

Em 2021, o real já havia apresentado um desempenho inferior a outras moedas, segundo Brooks. Agora, em 2024, a situação se agrava, com o real se destacando negativamente em relação a outras moedas de mercados emergentes, como a lira turca e o peso argentino. O economista argumenta que o Brasil, como grande exportador de commodities e beneficiário de preços altos no mercado internacional, não deveria estar nesse grupo de moedas com pior desempenho.

Um problema de “ferida autoinfligida”

Gráfico apresentado mostra as moedas que mais se desvalorizaram no mundo

Para Brooks, a fraqueza do real não se deve a fatores externos, mas a “feridas autoinfligidas”, referindo-se a políticas internas que, em sua visão, minam a saúde da economia brasileira. A situação fiscal do Brasil, a gestão da autoridade financeira, o descontrole nas contas públicas, com déficits orçamentários elevados e aumento da dívida pública, a sustentabilidade das finanças do país e a interferência na autonomia do Banco Central são alguns fatores cruciais que contribuem para a desvalorização do real.

Mercado financeiro compartilha do pessimismo

O pessimismo em relação ao real brasileiro não se restringe às declarações de Brooks. Recentes projeções do mercado financeiro, como as do Boletim Focus do Banco Central, preveem que o dólar chegará a R$ 5,30 ao final de 2024, com expectativas ainda mais negativas para os próximos anos.

Para Luis Stuhlberger, gestor do fundo Verde, a desvalorização do real deve continuar por muito mais tempo, impulsionada por fatores como a situação fiscal e a gestão da autoridade financeira. Stuhlberger, em entrevista ao jornal Valor Econômico, aponta para a necessidade de medidas que restabeleçam a confiança no país e evitem uma escalada da desvalorização, que poderia levar o dólar a R$ 7, como em períodos anteriores de instabilidade econômica.

Um futuro incerto: repensando o caminho

A situação econômica do Brasil e o desempenho do real são temas complexos, com múltiplos fatores interligados. O alerta de Robin Brooks serve como um sinal de alerta para a necessidade de uma análise crítica da situação e de medidas eficazes para reverter a tendência de desvalorização da moeda nacional.

O Brasil, com seu potencial e recursos, tem condições de ser uma potência atuante em mercados emergentes. No entanto, é preciso que o país reavalie suas políticas e promova as reformas necessárias para consolidar a estabilidade econômica e garantir um futuro mais promissor para a moeda brasileira.

Fonte: Investing Brasil

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