Ex-vereador Paulão do Caldeirão é preso após acidente que matou motociclista em Feira de Santana

Colisão aconteceu na noite de domingo (5), no Anel de Contorno. Uma vítima morreu e outra ficou ferida. Paulão responderá por quatro crimes.

O ex-vereador de Feira de Santana, Josse Paulo Pereira Barbosa, mais conhecido como Paulão do Caldeirão, foi preso na noite de domingo (5) depois de se envolver em um grave acidente de trânsito. A batida aconteceu por volta das 22h30, na marginal da Avenida Eduardo Fróes da Mota, conhecida como Anel de Contorno, perto da Avenida Artêmia Pires.

Segundo a Polícia Militar, o carro de Paulão, um Corolla branco, atingiu uma motocicleta onde estavam Marlon da Silva Sena, de 59 anos, e Bruno Alves da Silva Mota, de 26 anos. Marlon não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Bruno foi socorrido pelo Samu e levado para o Hospital Geral Clériston Andrade, mas seu estado de saúde ainda não foi informado.

Populares contaram que o ex-vereador tentou sair do local após a colisão, mas foi contido por pessoas que estavam por perto, incluindo um policial à paisana. Os agentes relataram que Paulão apresentava sinais visíveis de embriaguez. Dentro do carro foram encontradas garrafas de bebidas alcoólicas e uma pistola com 30 munições.

Paulão foi levado para o Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, onde passou a noite detido. Na manhã desta segunda-feira (6), ele foi encaminhado ao Fórum Filinto Bastos para a audiência de custódia.

Quais crimes o ex-vereador pode responder

De acordo com a polícia, Paulão foi autuado em flagrante por quatro crimes: homicídio culposo, lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e porte ilegal de arma de uso restrito, caso não comprove a documentação da pistola apreendida.

O homicídio culposo ocorre quando alguém causa a morte de outra pessoa sem intenção, mas por imprudência ou negligência, como dirigir embriagado. A pena prevista é de dois a quatro anos de prisão, podendo ser maior se o motorista estiver alcoolizado ou fugir do local do acidente.

A lesão corporal culposa acontece quando alguém fere outra pessoa sem querer, também por descuido ou imprudência, com pena de até dois anos de prisão. Já a embriaguez ao volante pode gerar seis meses a três anos de prisão, além de multa e suspensão da carteira. O porte ilegal de arma é crime grave, com pena de três a seis anos, se não houver comprovação de que a arma era legal.

Defesa apresenta versão diferente

O advogado Armênio Seixas, que representa Paulão, disse que o ex-vereador estava voltando de uma confraternização quando tudo aconteceu. Segundo ele, Paulão atravessava a marginal do Anel de Contorno, no sentido do bairro SIM, quando a motocicleta, que vinha em alta velocidade, atingiu a lateral do carro.

“Ele não atropelou ninguém. O carro atravessou e a moto bateu de lado porque vinha muito rápido. As imagens que conseguimos mostram claramente isso”, afirmou o advogado.

Sobre as bebidas, a defesa disse que Paulão apenas estava levando as garrafas para casa, entregues durante a confraternização. Quanto à pistola, Armênio explicou que a família está reunindo a documentação para comprovar que a arma é legalizada.

“O que houve foi um acidente, sem intenção de machucar ninguém. Paulão está abalado e quer colaborar com a Justiça”, completou.

Investigação continua

O caso segue sob investigação da Delegacia de Trânsito. A perícia vai analisar a dinâmica do acidente, a velocidade dos veículos e outros detalhes que ajudem a esclarecer exatamente o que aconteceu.

Enquanto isso, o ex-vereador permanece detido, já que, segundo a defesa, o crime de porte ilegal de arma não permite pagamento de fiança.

O acidente teve grande repercussão em Feira de Santana, porque Paulão é conhecido na cidade tanto por sua carreira política quanto pelo trabalho em programas de TV e rádio.

A expectativa é que o resultado da perícia e as próximas audiências esclareçam de vez as circunstâncias do acidente e determinem a responsabilidade de cada envolvido.