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O avanço do nível do mar é uma realidade cada vez mais preocupante em escala global, e o Brasil não está imune a essa ameaça. Recentemente, sete municípios brasileiros passaram a integrar uma lista de 100 cidades mapeadas em todo o mundo pela organização não governamental Climate Central, as cidades brasileiras foram identificadas como estando em risco de inundações devido ao aumento das águas do mar, um cenário que traz consequências sérias para populações locais, infraestruturas urbanas e ecossistemas naturais.
Santos (SP): Conhecida por suas praias e porto movimentado, Santos enfrenta uma crescente erosão costeira e riscos de alagamentos devido ao avanço do mar. Bairros costeiros estão cada vez mais vulneráveis, colocando em risco moradores e atividades econômicas locais.
Rio de Janeiro (RJ): A cidade maravilhosa, famosa por suas praias e belezas naturais, está sob ameaça de inundações devido ao aumento do nível do mar. Bairros como Copacabana e Barra da Tijuca estão sujeitos a erosão costeira e alagamentos frequentes. No entanto, foi feito uma parceria com a agência espacial norte-americana NASA para o monitoramento do nível do mar.
Recife (PE): A capital pernambucana, com sua extensa costa e manguezais, enfrenta desafios significativos devido ao avanço do mar. Algumas áreas de risco já estão sendo desocupadas e as comunidades costeiras, como Boa Viagem, são particularmente vulneráveis a inundações e perda de infraestrutura.
Fortaleza (CE): O litoral cearense, com suas belas praias e dunas, está em risco de inundações devido ao aumento do nível do mar. Bairros como Iracema e Meireles enfrentam erosão costeira e alagamentos, afetando moradores e turistas. Porém, as autoridades estão realizando estudos para construir um lago subterrâneo para conter o avanço da água.
Salvador (BA): A capital baiana, com sua história e cultura marcantes, também está na rota das inundações devido ao avanço do mar. Bairros como Ondina e Barra enfrentam erosão costeira e ameaças à infraestrutura urbana, e o problema tende a se intensificar com o aumento do nível do mar.

Florianópolis (SC): A ilha da magia, com suas praias paradisíacas e natureza exuberante, está sob ameaça de inundações devido ao aumento do nível do mar. Bairros como Campeche e Jurerê Internacional enfrentam desafios significativos de erosão costeira e alagamentos.
Belém (PA): A capital paraense, localizada às margens do rio Amazonas, enfrenta riscos de inundações devido ao aumento do nível do mar e à intensificação das marés. Bairros ribeirinhos, como Cidade Velha e Jurunas, estão sujeitos a alagamentos e impactos nas atividades portuárias.
Porto Alegre (RS): A capital do Rio Grande do Sul também está na lista das cidades ameaçadas. A orla marítima da cidade já sofre com inundações durante a maré alta, e o problema tende a se agravar com o aumento do nível do mar.

Além dessas capitais, outras áreas costeiras do Brasil também estão ameaçadas e outras já estão sofrendo pelo avanço do mar. Um exemplo emblemático desse fenômeno é a cidade de Atafona, um distrito do município de São João da Barra no Norte do Rio de Janeiro, que há anos enfrenta os desafios das inundações e da erosão costeira provocadas pelo aumento do nível do mar. Desde a década de 1960, o mar avança cerca de 6 metros por ano, engolindo mais de 500 casas e deslocando centenas de famílias em uma faixa de mais de dois quilômetros.. Alvo da ação implacável das águas, que avançam sem cessar sobre as áreas urbanas e rurais. A erosão costeira tem levado à destruição de casas, estabelecimentos comerciais e infraestruturas locais, colocando em risco a vida e o sustento das comunidades que ali residem.
Atafona-Rj /Video: Rafael Duarte
Diante desse cenário alarmante e desafiador, a comunidade de Atafona tem se mobilizado em busca de soluções para enfrentar os impactos do avanço do mar. Iniciativas de adaptação, como a construção de quebra-mares, a revegetação de áreas costeiras e a implementação de planos de evacuação em caso de emergência, têm sido propostas e implementadas como forma de mitigar os efeitos das inundações e proteger a população local. Investimentos em infraestrutura resiliente, planejamento urbano sustentável, monitoramento costeiro e engajamento comunitário são essenciais para enfrentar os desafios do avanço do mar e garantir a segurança e sustentabilidade dessas regiões costeiras.

O caso de Atafona reflete a urgência e a complexidade dos desafios enfrentados pelas cidades brasileiras diante do avanço do mar. A resiliência e a capacidade de resposta das comunidades costeiras são cruciais para garantir a segurança e a sustentabilidade dessas regiões, protegendo não apenas o patrimônio material, mas também o patrimônio cultural e ambiental que fazem dessas cidades locais únicos e especiais em nosso país. A união de esforços e a implementação de medidas efetivas são essenciais para preservar o futuro dessas comunidades e garantir a proteção de suas terras e vidas contra as águas implacáveis do mar.
Reportagem: Wellington lobo