À deriva: Brasil sem rumo

À deriva: Brasil sem rumo

Opinião

Governo petista age no mercado internacional como se vendesse para dono de bodega da roça

A propaganda do governo tenta mostrar uma equipe econômica concentrada, correndo o mundo, empenhada em abrir novas rotas comerciais para enfrentar os efeitos do tarifaço americano estabelecido pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. Na verdade, é uma corrida atabalhoada, desesperada, desorganizada. Uma barata tonta atingida por uma certeira borrifada de Baygon. Vender é uma das atividades das mais complexas. O nível de dificuldades cresce exponencialmente quando se trata de mercado exterior. É um setor onde nem sempre uma janela se abre quando uma porta é fechada.


Ninguém está preocupado com a situação do país ou vai cair na lábia ou no charme, na eloquência dos negociadores tupis. No fundo, Loola colocou o Brasil na situação de país solitário neste enfrentamento e vibrou com os elogios de jornais esquerdistas, com reportagens feitas por militantes, que mostraram o país com pose de valentão. Na verdade, é um boxeador que não aguenta mais do que um assalto numa luta que não parece, é desigual.


O governo está agindo como seus representantes nestas negociações fossem vendedores que embrenham sertão adentro com uma mala presa no sovaco com um laptop dentro para oferecer seus produtos a bodegueiros. O comportamento atabalhoado mostra bem o nível de desespero do governo, numa corrida maluca contra o tempo. O comércio internacional não é um balcão de negócios chinfrim, onde os parceiros buscam soluções para salvar a pele de um destes vendedores e o ajudam a atingir a meta do mês. O governo está agindo assim. É o que parece.


O amadorismo aliado ao desespero é uma mistura danosa para a economia de qualquer país. Vender em grande escala não é apenas oferecer a mercadoria, mostrando na face a ânsia de estar querendo se livrar dela. E, portando, aceitando qualquer negócio.
Se estiver à procura de soluções mágicas, está gastando todo estoque de coelhos que tem dentro da cartola. Vender é bem mais difícil do que comprar. E quando o comprador vê que os alforges do vendedor estão abarrotados, a primeira medida apontar uma séria de dificuldades, que é a maneira do setor de desdenhar, mesmo querendo comprar, para que esta troca direta tenha resultados positivos para ele.


O fato de exportar commodities, produtos do setor primário, e não tecnologia de ponta, torna a situação ainda mais desesperadora para o Planalto. Vender carne ou bom em pé, ferro ou soja, café e milho, obedece algumas variáveis inflexíveis do mercado. Uma supersafra não significa que o país ganhe dinheiro com ela. É onde entra a lei da oferta e da procura. Loola mentiu ao afirmar que os resultados das suas viagens foram a abertura de mais de 300 mercados, mas o número de países não chega a 300. Bem, chegou a hora para ele mostrar que as centenas de milhões de reais, e caravanas que pareciam real, não foram gastos à toa.


Loola deveria saber, antes de jogar o Brasil nesta enrascada, um verdadeiro buraco sem fundo, que a disputa não seria levada para o tapetão dele, ali na esquina, no STF. Com os americanos, o buraco é mais embaixo. Eles simplesmente não dão brecha para bravateiro e não estão mirando a nossa soberania, como quer a esquerda que o país acredite nesta mentira. Loola se acha um grande negociador e insinuou, nos seus delírios, que Trump poderia estar com medo de enfrentá-lo num debate. É nisso que da falar, tentar ser engraçado, de ressaca.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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