Campeonato baiano Intermunicipal de futebol amador 2025 - Foto: Divulgação/ Instagram

Campeonato baiano Intermunicipal de futebol amador 2025

Feira de Santana Esporte

Seleção de Feira amarga mais uma eliminação precoce, repete fracassos do passado e escancara crise no futebol amador da cidade

A torcida de Feira de Santana começou o Campeonato baiano Intermunicipal de 2025 com esperança, mas terminou mais uma vez com frustração. A Seleção feirense foi eliminada já na primeira fase, repetindo o roteiro de 2018, mas com um desempenho ainda pior. Foram seis jogos disputados, nenhum triunfo, apenas um gol marcado e sete sofridos. O saldo negativo de seis gols traduziu o momento melancólico da equipe que, há quase 50 anos, espera por um título.

A Seleção de Feira de Santana não conquista o Intermunicipal desde 1978. De lá para cá, os torcedores convivem com a lembrança de uma equipe que já foi referência no torneio mais tradicional do futebol amador do Brasil. Foram três títulos – em 1973, 1976 e 1978 – além de três vice-campeonatos, em 1971, 1974 e 1983. Desde então, apenas participações discretas e eliminações dolorosas. O grito de campeão permanece preso na garganta do torcedor feirense, que se acostumou a ver rivais menores alcançarem conquistas que já pareceram habituais na cidade.

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Neste ano, a trajetória foi ainda mais dura. A estreia trouxe derrota para Serrinha. O último jogo terminou com nova queda, desta vez diante de Santa Bárbara. Nos dois empates conquistados, o futebol demonstrado esteve longe de empolgar. O resultado foi o último lugar no grupo e a frustração de mais uma campanha apagada.

Comparações com o passado

Quando se compara a campanha atual com a de 2018, o contraste assusta. Naquele ano, a equipe ainda conseguiu um triunfo e três empates, somando seis pontos. Agora, foram apenas dois pontos, frutos de dois empates, e quatro derrotas. A queda de rendimento revela um cenário de fragilidade que já vinha sendo comentado por dirigentes e torcedores antes mesmo da bola rolar.

O time de 2025 contou com jovens jogadores vindos do Fluminense de Feira e do Feirense, mas não encontrou equilíbrio dentro de campo. Faltaram experiência e organização. As falhas defensivas foram determinantes para a eliminação precoce.

O declínio do Futebol amador de Feira de Santana

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Feira de Santana já foi reconhecida como um celeiro de talentos do futebol amador. Campeonatos da cidade e torneios nos bairros revelavam atletas que se destacavam no cenário regional. Muitos desses jogadores compuseram seleções competitivas que brigavam por títulos no Intermunicipal.

Hoje, a realidade é diferente. O campeonato municipal perdeu força, equipes tradicionais deixaram de investir ou desapareceram, como o Mecânico. O que se vê é um esvaziamento do futebol amador local, que reflete diretamente na seleção. Sem competições fortes na base, fica difícil montar um time à altura da tradição feirense.

Além disso, existe um movimento cada vez mais comum no interior baiano: jogadores de destaque acabam sendo atraídos por prefeituras de cidades menores, que investem pesado nas suas seleções. Em muitos casos, esses atletas são contratados de maneira informal como servidores municipais durante o campeonato. Feira, que já foi destino desses talentos, passou a ser apenas fornecedora.

O futuro da Seleção

A eliminação reacende o debate sobre o papel do futebol amador em Feira de Santana. Para parte dos torcedores, a solução passa por uma reestruturação do campeonato municipal e pelo fortalecimento de equipes de bairro. Para outros, é preciso maior envolvimento do poder público e da iniciativa privada, criando incentivos que mantenham os jogadores na cidade.

Enquanto as discussões se arrastam, a torcida amarga mais uma eliminação precoce. São quase cinco décadas sem conquistas e sem perspectivas concretas de mudança. O Intermunicipal segue crescendo em outras cidades, mas em Feira de Santana a tradição parece cada vez mais distante.

No fim das contas, o que fica é a sensação de que a maior cidade do interior nordestino perdeu espaço no cenário amador que já dominou. O fracasso de 2025 não é apenas um tropeço esportivo, mas também um reflexo da crise que envolve o futebol local.

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