Omar, Otto e Renan abandonam o barco governista da CPMI do INSS

Omar, Otto e Renan abandonam o barco governista da CPMI do INSS

Política

Todos de olho em 2026

Os senadores Omar Aziz, Otto Alencar e Renan Calheiros, todos combatentes da tropa de choque do governo, veteranos e protagonistas de outra CPMIS, arregaram e deram no pé da CPMI que vai investigar as roubalheiras praticadas por associações sindicais e sindicatos nas contas de aposentados e pensionistas. A fuga foi uma declaração antecipada de que “perdemos, mané”.

O trio, competente e conhecedor das entranhas do poder, caiu fora porque sabe o que vem por aí. Caiu fora porque anteviram a derrota. Caiu fora porque as investigações deverão ser mais profundas do que se imagina. Caiu fora porque seus apitos não serão ouvidos nos debates. Caiu fora porque sabe que seus argumentos não serão contundentes o suficiente para convencer a maioria de que nada de errado foi praticado pelo governo e camarilha.

Aziz queria a presidência por dois motivos: os holofotes porque deseja se candidatar ao governo do seu sofrido Amazonas. Como membro da comissão, as câmeras não o focariam como gostaria. A visibilidade, o comando das ações poderiam alavancar a sua candidatura. Queria agradar o governo com suas manobras para garantir o apoio do Planalto à sua campanha.

Os outros dois, o alagoano Calheiros, e o baiano Alencar, devem acreditar que os rumos que serão tomados pelas investigações poderão, mesmo sendo caciques nos seus estados, atrapalhar suas campanhas, nos seus projetos de reeleição. Suas decisões são baseadas na certeza do profundo desgaste político que a CPMI vai custar ao governo no próximo ano.

Defender um governo com vários cenários de escândalo pipocando a todo momento não será tarefas das mais fáceis – ou difícil mesmo. O trio optou – nenhum é do PT, por se resguardar. Suas atitudes silenciosas foram recados públicos para o governo, dando uma balançada no barco, citando aquele ditado na versão brasileira: quem pariu Mateus que o balance.

Dificilmente um senador candidato à reeleição em 2026 vai segurar a alça do caixão governista nesta CPMI. A sua exposição nas redes sociais, não na grande, interesseira, desacreditada e caquética mídia, vai ser negativa. Os juros pela lealdade poderão ser altos.

Foto montagem: Divulgação/Senado Federal

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