Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia e acaba com 20 anos de esquerda - Foto: AIZAR RALDES/AFP via Getty Images

Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia e encerra 20 anos da esquerda

Internacional Política

Vitória histórica mostra desejo de mudança política e econômica no país

Rodrigo Paz é eleito presidente da Bolívia, e com isso o país encerra quase vinte anos de governos do MAS, liderados por Evo Morales. Neste domingo, 19, o senador de centro-direita obteve 54,58% dos votos válidos, enquanto o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga ficou com 45,42%. O resultado é considerado praticamente irreversível e representa uma mudança histórica para a Bolívia.

Muita gente estava cansada de promessas não cumpridas. O MAS dominava desde 2005, mas a economia do país não acompanhou o crescimento. Faltou gás natural, o combustível ficou caro, e os dólares sumiram. A inflação subiu e a população percebeu que precisava de uma mudança real. Paz aparece agora como a alternativa para restaurar a confiança e colocar a Bolívia no caminho certo.

Ele tem 58 anos, é filho de um ex-presidente e escolheu como vice Edman Lara, ex-capitão da polícia. Lara, que também é influenciador digital, ajudou a atrair os jovens eleitores. Juntos, prometeram um governo que mistura conservadorismo com pragmatismo. Ou seja, valores de direita e programas sociais equilibrados.

Bolívia inicia nova fase política e econômica

O povo quer mudanças concretas. Rodrigo Paz promete fortalecer o setor privado, descentralizar a administração e garantir programas sociais, mas sem exageros ideológicos. Ele já avisou que pretende aproximar a Bolívia dos Estados Unidos depois de anos de alinhamento com Rússia, China e Irã. Em entrevistas, disse que quer “reconstruir pontes com todos os parceiros internacionais, sem ideologia”.

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A economia será um dos maiores desafios. As exportações de gás natural caíram, os combustíveis e dólares sumiram e a inflação atingiu níveis que a população não via há muito tempo. Por isso, muitos eleitores acreditam que um governo de centro-direita pode ser mais eficiente, trazer investimentos e gerar empregos.

Outro ponto importante é o lítio, o metal essencial para baterias elétricas. A Bolívia tem as maiores reservas do mundo, mas não consegue explorar direito. Projetos com empresas chinesas e russas estão parados. Investidores esperam que Paz abra o mercado e permita que empresas ocidentais invistam, trazendo tecnologia e capital.

O processo eleitoral também foi diferente. Depois das fraudes que derrubaram Evo Morales em 2019, o Tribunal Supremo Eleitoral mudou o sistema de apuração. Agora, as atas são fotografadas e enviadas direto aos centros de contagem, com observadores da União Europeia e da OEA acompanhando tudo. Isso deu mais confiança aos eleitores e ao resultado.

Com posse marcada para 8 de novembro, Rodrigo Paz terá muito trabalho pela frente. Reconstruir a economia, unir o país e devolver esperança aos bolivianos será prioridade. Para os conservadores e liberais, a vitória representa o fim de um período ideológico e o começo de uma nova fase, mais voltada para crescimento, liberdade econômica e responsabilidade fiscal.

Depois de 20 anos, a Bolívia inicia um ciclo diferente. Agora, com a direita no poder, o país tem a chance de recuperar a estabilidade, atrair investimentos e criar oportunidades reais para o povo. Muitos acreditam que esta eleição é mais do que política: é a oportunidade de começar de novo e construir um país mais próspero e livre.

Foto: AIZAR RALDES/AFP via Getty Images

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